Brasil e Mundo
Haddad sinaliza harmonia com BC e não opõe a desacelerar economia
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista à CNN nesta sexta-feira (17) não se opor a desacelerar a economia para preservar a inflação.
Haddad ainda voltou a sinalizar para a harmonização das políticas fiscal e monetária. Os juros altos adotados pelo Banco Central (BC) tendem a desacelerar a atividade.
“Então precisa desacelerar um pouco. Vamos fazer”, disse.
Na sequência, o ministro voltou a pedir que haja esforço para que a estrutura da política econômica permita o avanço da atividade por mais tempo.
“O que temos que entender é: foi bom crescer 7% em foi anos? Foi ótimo. Agora temos que tomar medidas para que isso não seja um soluço, mas tenha continuidade”, completou.
Política monetária
Questionado se o Brasil estaria passando por um cenário de dominância fiscal, Haddad disse não acreditar que este seja o caso.
Os economistas chamam de “dominância fiscal” um cenário no qual a política monetária de um banco central, ao elevar os juros, não é suficiente para conter a inflação do país, o que ocorreria em ocasião de um impulso de gastos contínuos.
“Tenho ouvido de alguns interlocutores, mas não acredito em dominância fiscal. Acredito que a política monetária fará efeito sobre a inflação. […] Um efeito muito maior do que se imaginou”, pontuou o ministro.
Questionado sobre a reação do mercado às medidas fiscais apresentadas pelo governo em novembro de 2024, o chefe da equipe econômica diz que não tira razão do investidor crítico, mas aponta que houveram exageros.
“Não estou tirando a razão, não pode culpar alguém por ter uma percepção. Temos que conversar mais com esse povo e mostrar o que estamos fazendo, mas penso que no final do ano passado teve um exagero na reação”, disse Haddad.