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OPINIÃO: O que Neymar não aprendeu com Ronaldo Fenômeno
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O bate-boca, algo infantil (dos dois lados), entre Neymar e Rivaldo escancara o que o primeiro não aprendeu com o maior companheiro do segundo na seleção brasileira.
Ao se “escalar” nos times que ganharam as Copa de 1970 e 2002, Neymar acumula uma tola polêmica no seu longo período sem praticamente jogar (só atuou por alguns minutos no ano passado desde o final de 2023).
Entre 1999 e 2002, Ronaldo “Fenômeno”, que Neymar considera insubstituível no time do Penta, também ficou um longo tempo sem jogar.
Mas o R9 conseguiu, mesmo longe nos gramados, ganhar idolatria e melhorar sua imagem, tudo que Neymar não faz agora, com seu desastroso plano de carreira.
Em 2020, Rodrigo Paiva, então assessor de Ronaldo, contou ao ESPN.com.br a estratégia para o jogador seguir em alta mesmo sem jogar.
Veja um trecho da reportagem:
“O Ronaldo conseguiu ser o centro das atenções no futebol mundial mesmo sem entrar em campo por dois anos. Existia um carinho e uma boa vontade com ele. A história do Ronaldo se tornou uma história dramática”, contou.
“Quando ele sofreu a lesão contra a Lazio [quando defendia a Inter de Milão], muitos imaginaram que seria o fim da carreira dele. E a contusão aconteceu bem em um dia que era para ser de celebração, porque era a volta do melhor jogador do mundo aos gramados. Ele ficou parado por anos, e havia muitas dúvidas se ele voltaria a jogar em alto nível. Mas foi aí que o mundo o abraçou de vez “, relatou.
Os trabalhos com a imagem de R9 aconteceram em meio às infinitas preparações de fisioterapia que o centroavante realizava com Nílton Petrone, o Filé, seu fisioterapeuta de confiança.
“Ele teve muita força e ajuda das pessoas que estavam diretamente ao lado dele. O Ronaldo ficou um ano e meio lutando para voltar aos campos. Isso fortaleceu ainda mais a imagem dele. E como o Filé tinha que pensar na recuperação, eu tinha que pensar na construção da imagem dele, para que, quando ele retomasse o futebol, estivesse um degrau acima “, salientou Paiva.
“Deixei passar um pouco o trauma dele da lesão e tive uma conversa com ele: ‘Agora o jogador não pode atuar. Como vai ser isso? Depois de dois anos, vai ser esquecido? Nada disso! Vamos colocar seu nome para fora'”, revelou.
Segundo Rodrigo Paiva, porém, ele não precisou “inventar um personagem” de bom moço para Ronaldo, forçando as pessoas a gostarem do craque de maneira artificial.
“Eu via nele um cara muito do bem e de coração enorme. Nós criamos nos aproximamos da mídia, em uma época na qual não existia rede social. A imagem dele deu um salto. Eu só dei luz à essência dele. Não havia nada de fake naquilo”, assegurou.
É fato que Neymar nunca teve o mesmo “carinho e a boa vontade” que Ronaldo recebeu, especialmente na imprensa.
Mas é fato também que seu esforço para se recuperar da lesão nunca foi o mesmo do feito pelo “Fenômeno” – é só lembrar dele circulando no seu cruzeiro de muletas.
E Ronaldo fugia das polêmicas bobas. Trabalhou mais do que falou.
Dá para discutir, sim, quem foi melhor entre Rivaldo e Neymar. Mas não dá nem para abrir conversa entre o comprometimento de Neymar e os jogadores que ele “tiraria” das seleções campeãs do mundo para jogar.