Após mais um tropeço do Palmeiras no Paulistão, desta vez um 0 a 0 com o Red Bull Bragantino, no Allianz Parque, o técnico Abel Ferreira concedeu mais uma coletiva com fortes declarações. E em uma delas, o comandante fez um pedido especial à torcida alviverde.

Em meio às vaias na arquibancada, que também teve coro pela saída do diretor de futebol Anderson Barros, Abel pediu que a torcida “se feche” junto com o time. E, inclusive, citou o lema “todos somos um”, que embalou anos vitoriosos recentes do clube.

“Se eu pudesse fazer um pedido era para os nossos torcedores. Os nossos jogadores sabem, estamos aqui há quatro anos. Há uma coisa que não conseguimos moldar, que é a cultura, há coisas que não conseguimos mudar. Mas os nossos jogadores sabem que quando não ganham vêm as críticas. Quando uma equipe como o Palmeiras não ganha, as críticas vêm. Se há uma coisa que posso pedir aos nossos torcedores é que estejam todos juntos, só isso que posso pedir. A parte mental eu sei que os meus jogadores têm. Eu não sei é se alguns dos nossos torcedores estão preparados para o trabalho que o treinador está fazendo agora, que é dividir o time e sabe o que está fazendo. Acho que nem todos estão preparados para isso. A parte mental, mais do que nós, é para a parte exterior”, disse.

“Que os nossos torcedores estejam todos juntos, em todos os momentos. Nos últimos cinco anos, o Palmeiras foi a equipe que mais ganhou no Brasil, precisamos da ajuda deles (torcedores), que a alma do nosso clube, que são os nossos torcedores, estejam juntos. Não precisamos que a alma do nosso clube esteja dividida. Os nossos jogadores sentem, o treinador sente. O que pedimos aos nossos torcedores é que estejam juntos. Quando falamos em ‘todos somos um’, é isso que procuro em 2025, como foi em 2021, 2022, 2023, 2024, e que seja em 2025. Se querem ajudar o Palmeiras, os jogadores, apoiem o Palmeiras como apoiaram hoje. Que os nossos torcedores apoiem a equipe do primeiro ao último minuto. Eu reconheço que, hoje, não jogamos bem, reconheço que a nossa torcida pode nos criticar, mas também reconheço que há coisas que eu não vou conseguir mudar, há coisas dentro do clube que não vou conseguir mudar”, prosseguiu.

“O que peço aos nossos torcedores é que estejam juntos com a equipe, estamos com 20 dias de trabalho e a temporada é longa. Se há uma parte dos nossos torcedores que não estão conosco vai ser difícil. Eu queria que os nossos adversários estivessem fora do Allianz Parque, e não dentro. Mais do que nunca se o ‘todos somos um’ faz sentido, é esse ano. A cada ano que passa é mais difícil de ganhar, ao contrário do que pensam. Klopp esteve 8 anos e se aposentou agora. Vou pensar e tentar falar com ele e entender o que ele faz agora com 60 anos, consultor técnico, posso pensar isso no futuro, entender o que é essa nova profissão, que visita os clubes, que fala com os treinadores, é uma nova profissão. Mas agora não, quero dar o meu sangue por este clube, quero continuar a ganhar títulos nesse clube, há muita coisa para se fazer dentro deste clube. Construir, continuar a construir, reconstruir, e continuar a ganhar. E para isso precisamos dos nossos torcedores. Quando ganhamos, somos todos que ganhamos. No final, se quiserem vaiar, comecem com o treinador. Esse é o ‘todos somos um’, ganhamos todos juntos, não ganhamos aqui no Palmeiras em cinco anos vaiando um aos outros, ganhamos todos juntos. É isso que espero dos meus jogadores, da minha diretoria, de mim, da minha comissão, é isso que espero dos nossos torcedores. Ganhamos juntos. Em uma temporada como essa, temos cinco títulos para ganhar, querem que eu diga que vamos ganhar os cinco? Não posso. Que vamos nos preparar para ganhar cada um, vamos. Se vamos ganhar, não sei, mas que vamos lutar, isso vamos.”

Este foi o segundo tropeço seguido do Palmeiras, que na rodada passada perdeu de virada para o Novorizontino, na Arena Barueri. Com oito pontos, o Alviverde é o segundo colocado do Grupo B, mas pode perder o posto em caso de vitória da Ponte Preta, nesta quarta-feira (29), contra o Corinthians, em Campinas.

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