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Especialistas explicam os motivos de chover tanto de uma vez; entenda
Devido aos episódios de corredores de umidade, que podem formar as chamadas Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), a região Sudeste vai receber mais chuva durante o mês de fevereiro.
Um novo evento da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) deve provocar chuva volumosa em regiões do Brasil entre esta quinta-feira (30) e domingo (2). As chuvas vão elevar o volume de precipitação em áreas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A ZCAS corresponde a um amplo canal de umidade formado desde o norte até o Sudeste e, somado a uma baixa pressão atmosférica que ganhou força na costa do estado de São Paulo, potencializou a atração de umidade para a região.
De acordo com informações da Climatempo, a Região Sudeste registrará, em quatro dias, entre 200 e 300 milímetros de chuva — valor que era esperado para todo o mês de fevereiro.
A metereologista Heloísa Pereira conversou com a CNN e afirmou que, devido ao clima típico do verão, as chuvas não devem parar completamente, contando com dias quentes e pancadas de chuva pelas tardes.
“A combinação de calor intenso e alta disponibilidade de umidade favoreceu chuvas mais frequentes e volumosas na região Sudeste do Brasil. Especificamente no último fim de semana observamos o aumento da chuva associado com a formação do fenômeno [ZCAS] bastante típico para essa época do ano”, apontou Heloísa.
O metereologista Luiz Fernando, da Tempo OK, explicou que esse sistema metereológico é chamado de canal de umidade e provoca chuvas volumosas onde está localizado.
“Trata-se de uma faixa de nebulosidade, comum nesta época do ano, que mantém as nuvens de chuva por, pelo menos, três dias consecutivos”, explicou Luiz à CNN.
Para ambos os especialistas ouvidos, a Zona de Convergência deve perder força e o Sol deve retornar nos próximos dias.
“O volume previsto para os próximos dez dias é bem menor, quando comparado ao volume da virada de janeiro para fevereiro”, concluiu Heloísa
Para Luiz, a configuração da chuva deve mudar a partir da próxima quarta-feira (5), com a segunda metade da semana, a chuva voltando para o Sul do Brasil, especialmente nos estados de Santa Catarina e do Paraná.
A área com menor possibilidade de chuva na região sudeste durante os próximos 10 dias é o norte de Minas Gerais, já as áreas com maior potencial para pancadas de chuva e até tempestades pontuais são áreas do interior e oeste de São Paulo.
La Niña
Para os especialistas, o La Niña costuma explicar com maior correlação os padrões de chuva dos extremos norte e sul do Brasil, mas para a região Sudeste, existe uma certa a incerteza com relação à influência desse fenômeno e as fortes chuvas que castigaram a região.
“Apesar do resfriamento das águas na região do Pacífico Central, a atmosfera não está acoplada e não está respondendo a esse resfriamento, portanto, não dá para atribuir ao La Niña, o padrão de chuvas atua”, constatou Luiz.
Para Heloísa, “o amplo aquecimento em áreas do Atlântico Sul, entre a costa sudeste e sul do Brasil. Esse aquecimento, que está intenso também em áreas da costa de São Paulo, favoreceu a intensificação da baixa pressão atmosférica citada anteriormente”, apontou a metereologista.
Em conclusão, para as chuvas dos últimos dias, fatores, como ZCAS, foram mais importantes para essa forte canalização da umidade e, consequentemente, um período mais intenso de chuvas.