Esportes
Astro da seleção da Espanha faz forte desabafo sobre depressão
O atacante Alvaro Morata ergueu a taça da Eurocopa como capitão da seleção espanhola no dia 14 de julho deste ano. Quem vê a imagem, porém, não imagina o que o jogador passou momentos antes da glória como atleta.
Morata, que na última janela de transferências trocou o Atlético de Madrid pelo Milan, revelou que pensou em deixar a seleção por conta de depressão e ataques de pânico. Ele também citou como as críticas pesaram na hora de trocar de país.
“Pedi ajuda no momento em que vi estava saindo de controle. Ia no caminho do treinamento sabendo que estava mal. No vestiário notavam. Quando tive que me vestir para ir ao campo, tive que ir para casa para me trancar no quarto e lutar contra minha cabeça”, disse, em entrevista à rádio COPE.
“É uma doença como qualquer outra. Assim como vamos para a academia, também precisamos de alguém que nos ajude. Creio que desde a escola deveria ser conscientizado sobre a importância dos psicólogos e da saúde mental”, seguiu.
O atleta contou que teve também ajuda dos companheiros, além do trabalho com psiquiatra.
“Somos o que vemos na TV e nas redes, mas muitas vezes não é real. Temos que dar as imagens porque é o trabalho. Passei muito mal, explodi e chegou um momento em que não podia calçar as chuteiras que minha garganta fechava e minha visão ficava embaçada”, desabafou.
Morata disse sentir falta da Espanha, mas crê que na Itália, onde tem atuado, percebe que as pessoas respeitam mais seu trabalho como jogador.
“Aqui na Itália é diferente. Meus filhos veem que seu pai é respeitado. Veem que seu pai é um jogador que jogou nas melhores equipes do mundo”, afirmou.
“Quando você tem momentos difíceis, depressão, ataques de pânico, não importa que trabalho você faça, que situação você tenha na vida, você tem outra pessoa dentro de você contra quem tem que lutar todos os dias e noites. Foi a melhor coisa sair da Espanha, não aguentei”, disse.
“Cada vez que saía com eles (filhos), sempre tinha algum episódio, às vezes não malicioso, com as pessoas sobre algo que havia acontecido nos jogos anteriores. No fim, eles também não queriam nem fazer compras, coisas que um pai normal faz com os filhos. Chegou um momento em que me falavam tantas coisas na frente deles que eu tinha vergonha de estar com eles”, refletiu.