Esportes
Cinco motivos para ver a World Series entre Yankees e Dodgers
A Major League Baseball não gosta de tirar uma pausa. A rotina é de entrar em campo praticamente todos os dias, parar é ruim por tirar ritmo de jogo dos atletas. Isso vale até nos playoffs, com uma fase sucedendo a outra quase sem pausa.
Menos nesta semana, a que antecedeu a World Series, a final da liga, que será realizada entre New York Yankees e Los Angeles Dodgers. A ESPN e o Disney+ transmitirão toda a série, que começa nesta sexta (dia 25) e pode ir até 2 de novembro, se chegar ao máximo de sete jogos.
Já estavam previstos alguns dias de parada, mas eles aumentaram com a definição precoce da fase anterior. Melhor assim, houve tempo para alimentar a ansiedade para um Yankees x Dodgers, a final que todos esperavam há anos.
Mas o que tem de tão especial nesta decisão? Por que ela é tão imperdível? Bem, confira abaixo cinco motivos para ficar de olho em cada arremesso e cada rebatida dessa grande final.
Gigantes em colisão
Trata-se das duas maiores franquias da MLB. São as mais ricas, com maiores torcidas – há uma discussão válida se o Boston Red Sox não teria mais torcida que os Dodgers, mas o Yankees está em primeiro lugar com sobras – e mais impacto cultural.
Afinal, elas dominam os dois principais mercados dos Estados Unidos e, por isso, carregam uma legião de torcedores influentes e fizeram de seus bonés peças de moda que se tornaram populares em todo o mundo (mesmo entre quem nem sabe o que é beisebol).
Quem ama esporte adora ver um azarão ir longe, um time improvável surpreender e conquistar um título inédito, mas tem hora que também é bom ver dois gigantes se trombando com um troféu em disputa. Depois de ver equipes pequenas como Arizona Diamondbacks (2023), Tampa Bay Rays (20) e Washington Nationals (19) chegarem à World Series em anos recentes (e foi muito interessante a seu modo), era hora de um confronto do maior time de cada liga.
Ohtani x Judge
Os prêmios de MVP só são anunciados na semana seguinte à definição do título, mas é barbada que Shohei Ohtani e Aaron Judge serão os vencedores na Liga Nacional e na Americana.
No entanto, eles são mais que isso: são as duas maiores estrelas da modalidade. Ohtani é o maior esportista japonês do momento, ganhou status de super-atleta e está em uma trajetória que pode colocá-lo como o melhor jogador de beisebol de todos os tempos.
Judge é o grande rebatedor puro da atualidade, e também é um jogador que deve ser eternizado no Hall da Fama. É um duelo com tamanho de Magic Johnson x Larry Bird, ou LeBron James x Stephen Curry.
Mas esse duelo ganha um elemento que o torna particularmente interessante, mesmo na comparação com os dois duelos da NBA citados acima. Incrivelmente, Ohtani e Judge nunca disputaram uma partida sequer de World Series. Então, a decisão de 2024 marcará o primeiro título de um dos grandes da história, e justo em um confronto direto contra outro gigante de sua geração.
Comparando com o futebol, quantas vezes se falou em uma final apoteótica de Champions League entre Real Madrid de Cristiano Ronaldo e Barcelona de Lionel Messi?
Ela nunca aconteceu (Messi enfrentou Cristiano Ronaldo na decisão da Champions em 2009, quando o português ainda estava no Manchester United e ambos ainda não tinham consolidado o lugar como os grandes craques da geração). O beisebol teve a sorte de ver sua versão desse encontro de monstros sagrados se materializar.
Placares festivos
Se você é do tipo que até se seduz pela narrativa interessante, mas quer mesmo é ver jogo emocionante, vale a pena ficar de olho também. No beisebol, há o ditado “ataques ganham jogos, arremessadores ganham campeonatos” (quase todo esporte tem uma versão dessa frase). Mas, nesta temporada, Dodgers e Yankees chegaram à final principalmente porque seus ataques trabalharam muito bem.
As duas equipes têm problemas com seus arremessadores, e até por isso ambos soam vulneráveis quando precisam segurar o ataque dos adversários. Mas sobram jogadores em grande fase na hora de rebater. Por isso, a expectativa é de duelos com rebatidas frequentes, muitas corridas e placares altos. Viradas no final? A chance de acontecer aumenta nesses cenários.
História
Essas equipes já se enfrentaram 11 vezes na final, uma história que vem desde a época em que os Dodgers tinham sede em Nova York e esse jogo era um dérbi local, com toda a rivalidade que essa condição cria. Era um duelo até social, com os Yankees representando a riqueza de Manhattan (apesar de seu estádio estar no Bronx) contra o trabalhador comum do bairro do Brooklyn. Os Yankees venceram 6 das 7 World Series nesse período.
A mudança dos Dodgers para a Califórnia não impediu a rivalidade de continuar existindo. Foram mais quatro finalíssimas entre ambos, com dois títulos para cada lado.
Sempre foram duelos especiais, com momentos que estão marcados na história do beisebol como o roubo de home plate de Jackie Robinson em 1955, o jogo perfeito de Don Larsen em 56, os três home runs de Reggie Jackson em 77 e Fernando Valenzuela se entregando a um jogo completo de 149 arremessos para manter os Dodgers vivos em 81.
Uma história que poderia ser maior, não fosse o duelo de 1981 o mais recente entre as equipes. Havia uma ansiedade óbvia para um reencontro. Enfim ela aconteceu.
Nova York x Los Angeles
Mesmo que você não torça para uma das equipes, é uma final entre Nova York e Los Angeles. Difícil ficar impassível quando essas duas cidades se enfrentam em um grande jogo.
São duas formas diferentes de ver o mundo, duas metrópoles com seus ícones próprios. Quem é do futebol, do futebol americano ou do basquete e desembarcar na final do beisebol por curiosidade, pode ao menos usar a identificação cultural como referência para se conectar a essa grande final.