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Como ídolo fez clube italiano ‘ressurgir’ e tem ex-São Paulo como esperança
Tradicional clube da Itália, que no passado era figura carimbada na elite, o Chievo Verona “ressurgiu das cinzas” no início da temporada 2024/25. Três anos depois de sua declarada falência, o clube conseguiu ser refundado. E tudo isso graças a seu maior ídolo, Sergio Pelissier.
Depois de não conseguir um novo proprietário em 2021, quando foi rebaixado da segunda para a quarta divisão por não provar sua viabilidade financeira, a equipe foi salva pelo ex-atacante, que adquiriu a marca do Chievo em maio e passou a usá-la em seu time, o Clivense.
Isso permitiu que, no início da temporada 2024/25, o Chievo retomasse suas atividades na quarta divisão. A estrada é longa, mas a missão é um dia retornar à elite do Campeonato Italiano. Quem sabe com a ajuda de um brasileiro.
“O Pelissier aqui é bizarro, é a maior figura do clube, o maior ídolo como jogador”, disse Paulo Henrique, camisa 10 do clube, ao ESPN.com.br. “Depois da falência, ele assumiu essa responsabilidade de querer trazer o Chievo para o jogo de novo. Pegou nas divisões menores e, passo a passo, quer levar para as divisões que o Chievo sempre jogou. Para nós, é um exemplo”.
“Nem sei explicar o que ele representa para o Chievo. Nem vemos como um presidente, porque ele se coloca como nós, está com a gente todo dia, procura transmitir confiança e tranquilidade”, seguiu. “Ele mesmo fala que não devemos olhar para ele como um ídolo. É um cara ímpar”.
Cria da base do São Paulo, onde foi campeão da CONMEBOL Libertadores sub-20 ao lado de nomes como David Neres e Liziero, Paulo teve que confiar no projeto do Chievo, pois as informações do clube eram poucas por conta do processo de refundação.
“O diretor que eu trabalhei ano passado teve a proposta do Chievo, aceitou e me disse que, independente do clube que me ligasse, era para eu aguardar, que ele queria contar comigo no clube que fosse. Confiei muito na palavra dele”, revelou.
Atualmente, o Chievo não vive grande fase e ocupa a zona de rebaixamento na Série D com apenas duas vitórias em 11 rodadas. “Uma das coisas que acho que estamos pagando é a questão do mercado. Foi feito um time totalmente novo, poucos remanescentes do ano passado. Fizemos um mercado importante com jogadores de grande categoria para a Série D”.
Mesmo com os resultados ruins no início do ano, o presidente Pelissier mantém a postura de dar mais confiança e apoio do que cobrar os seus jogadores. “É muito fácil olhar a tabela agora e ver que estamos na zona de play-out. A realidade é essa, mas a gente colheu muito menos do que merecia”.
“Ele tenta passar uma tranquilidade de dizer que, independente do resultado, a gente está trabalhando bem, procurando melhorar alguns aspectos. Mas a cobrança tem por parte dele, do treinador, da torcida, porque a gente tem consciência do clube que estamos representando. Agora, a gente espera uma boa sequência para embalar e conseguir ir para a pausa do Natal na parte de cima e fazer algumas contratações no mercado de inverno para irmos atrás do acesso”, afirmou.
Como centroavante, Pelissier fez 517 jogos pela equipe de Verona, com 139 gols marcados. Agora, como dirigente, ele se mantém distante das decisões do campo, mas não deixa de dar dicas para os jogadores do ataque.
“Com os atacantes, ele está sempre conversando em particular, porque ele conhece muito a posição. Mas no campo, ele respeita muito o espaço do treinador. Quando pode, ele aconselha os atacantes”, finalizou.
Agora, Pelissier e o Chievo querem a redenção para que possam retornar à elite do futebol italiano, onde já incomodou gigantes e até mesmo já conseguiu vaga em torneios europeus. A missão é longa, mas tem seus antecedentes, como o Parma, que também já viveu o drama da falência, mas reconquistou o acesso à Serie A.