A novela envolvendo Mayke e Willian Bigode ganhou um importante capítulo. A Justiça de São Paulo condenou o atacante do Santos a pagar para o lateral do Palmeiras os valores que foram investidos na Xland, operadora de criptmoedas. A decisão ainda cabe recurso, e a defesa de Willian informou que vai recorrer.

Além disso, a empresa WLJC, os sócios Willian Bigode, Loisy Siqueira, esposa do atacante, e Camila Fava foram condenados a pagar uma multa 10% do valor da condenação por litigância de má-fé. Gabriel de Souza Nascimento e Jean do Carmo Ribeiro, ambos da Xland, também foram condenados pelo mesmo motivo.

Vale lembrar que Mayke buscava na Justiça o ressarcimento de R$ 8.514.365,64 perdidos pelo investimento feito na Xland, empresa que a WLJC recomendou para investimento. Essa quantia foi apresentada pelo lateral já com com valores corrigidos em relação aos R$ 4.583.789,31 investidos.

A Justiça, porém, deu ganho parcial da causa ao ala, condenando Willian, seus sócios e as empresas a restituírem os R$ 4.583.789,31 investidos.

Em nota, o advogado de Bigode, Bruno Santana, comentou o tema e criticou a decisão do juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª vara Cível de São Paulo, por ter chamado a contestação de Santana de “desnecessária” em trecho do documento.

“O magistrado, que afirma que a defesa é desnecessária, desrespeita não só as partes como comete um violento atentado à dignidade da advocacia”, afirmou.

“Assim, seguimos convictos acerca da ausência de responsabilidade de Willian, sobretudo porque ele também é vítima e não recebeu nenhum valor. Iremos recorrer da sentença, na certeza de que o Tribunal de Justiça no exercício de sua competência, promoverá as correções dos graves equívocos cometidos pelo referido juiz de primeira instância”, completou.

Cabe também ressaltar que a decisão judicial cancelou todo o contrato entre Mayke e Xland por fraude, o que fez com que a perspectiva de recebimento dos juros de 5% ao mês deixassem de existir, não produzindo nenhum efeito jurídico na ação.

Com isso, o o lateral do Palmeiras também foi condenado a pagar 10% de honorários advocatícios aos advogados dos réus, pela diferença de valor que cobrou a mais (R$ 8,5 milhões) e do valor investido por ele (R$ 4,5 milhões acrescido de juros e correção). A diferença hoje está perto dos R$ 4 milhões, e o ala terá que pagar os honorários em cima desse valor para o representante dos réus.

Durante a duração do processo, Willian chegou a ter contas bloqueadas e uma penhora de 30% do salário que recebia no Santos.

Desde o início do caso, “Bigode” afirmou ser também vítima do golpe dado pela operadora de criptomoedas Xland, ressaltando inclusive que perdeu R$ 17,5 milhões que havia investido com a empresa.

Além de Mayke, outro ex-companheiro de Willian da época de Palmeiras que caiu no golpe foi Gustavo Scarpa.

O meia, atualmente no Atlético-MG, investiu R$ 6.300.000,00 e também luta na Justiça para recuperar o dinheiro perdido.

Diferentemente de Mayke, Scarpa comentou publicamente diversas vezes sobre o caso e deixou claro que “Willian iria pagar” tudo o que devia.

Assim como o lateral, o meia conseguiu no período do processo penhorar 10% do salário de Bigode. No entanto, o processo ainda não foi finalizado.