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‘Messi empatou’: quem é o único brasileiro que venceu Bola de Ouro da MLS
A MLS passou a ganhar ainda mais os holofotes do mundo do futebol nos últimos anos com as chegadas de nomes estrelados como Lionel Messi e Luis Suárez, astros do Inter Miami. Muito antes disso, porém, um brasileiro conseguiu marcar época no torneio.
Entre 2007 e 2009, Luciano Emilio defendeu as cores do DC United e, em pouco tempo, se tornou um dos grandes nomes da história do clube.
“Eu cheguei aqui sem fazer muito ruído. Eu passei pela Alemanha, voltei para o Brasil, depois fui para Honduras, um país muito visado pelos times da MLS, por serem jogadores que não custam muito, mas estão em um nível bom”, disse em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.
Luciano chegou aos Estados Unidos no mesmo período que David Beckham foi anunciado pelo LA Galaxy. Em seu primeiro ano no país, porém, conseguiu “ofuscar” o brilho do craque inglês.
“Tive a oportunidade de, em um só ano, ter sido o único brasileiro a ganhar a Bola de Ouro da MLS, artilheiro, melhor contratação do ano. Apesar de terem, no mesmo ano, chegado o Beckham, o Blanco… eu acredito que fui iluminado de ter conseguido essas marcas individuais em só uma temporada, algo inédito até hoje”, afirmou.
Ao todo, foram 20 gols anotados por Luciano, marca que, no DC United, só foi igualada recentemente por Christian Benteke. Até brinco com ele que eu fiz 20 gols, nenhum sendo de pênalti, ele marcou 25, mas sete de pênalti”.
Naquela temporada, o DC United não conquistou o título, mas teve a melhor campanha da fase de classificação, algo parecido com o que Messi teve com o Inter Miami em 2024. Os dois, aliás, foram eleitos os melhores jogadores do campeonato em ambas as ocasiões.
“A gente está guardando essa marca até um brasileiro ganhar essa Bola de Ouro. O último foi o Messi, e a gente está brincando aqui que o Messi conseguiu empatar comigo, pelo menos aqui nos Estados Unidos”.
Campeão do mundo levou Luciano para atuar na Europa
Durante a entrevista, Luciano contou um pouco de sua trajetória no futebol. Antes de se tornar jogador, o ex-atacante viveu infância humilde ‘na roça’, como ele mesmo disse, ao lado de sua mãe, que lhe criou solteira.
“Minha mãe me contava que, aos seis anos, eu disse que ia trabalhar, comprar uma casa quando crescesse. Eu nasci na cidade de Ilha Solteira, divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul”, contou.
Entre uma mudança e outra, o jovem Luciano conheceu a paixão pelo futebol. Aos 17 anos, já atuando pelo Rio Branco, um nome conhecido do futebol mundial lhe ‘descobriu’: Altafini Mazzola, campeão do mundo pelas seleções do Brasil e da Itália.
“A princípio, eu fui levado para a Itália, mas sem o passaporte europeu, com 18 anos, era muito difícil entrar. O Parma, que era um dos interessados, tinha o Amoroso. E o Altafini Mazzola conseguiu a conexão com o Colônia, onde fiz o teste e permaneci, assinei meu primeiro contrato profissional, consegui comprar minha primeira casa”, lembrou.
Hoje, 12 anos depois de sua aposentadoria, Luciano diversificou suas atividades, atuando como empreendedor em mais de uma área enquanto mora nos Estados Unidos.
“A primeira coisa que fiz foi criar um clube infantil filiado ao DC United. Abri uma loja de esportes visando a Copa do Mundo nos EUA. Comecei um empreendimento de alimentos, temos a fábrica no Rio de Janeiro e estamos importando para cá. E também a agência de jogadores, que tem alguns jogadores no DC United e recentemente pegamos o Keylor Navas. São várias coisas, em diferentes segmentos”, finalizou.