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Pelicans se mexem para reforçar elenco e torce para Zion continuar saudável
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As 49 vitórias e o retorno para os playoffs foram ótimas notícias para o New Orleans Pelicans na temporada passada da NBA. O fato de Zion Williamson ter atingido a marca de 70 atuações pela primeira vez na carreira também animou. Na esperança de dar mais um salto de qualidade e se juntar à primeira prateleira de forças da Conferência Oeste, a equipe foi buscar Dejounte Murray em Atlanta. Será que vai funcionar?
Como foram os Pelicans na última temporada
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Campanha: 49 vitórias e 33 derrotas
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Classificação: 8º lugar na Conferência Oeste; depois de perder do Los Angeles Lakers e ganhar do Sacramento Kings no play-in
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Nos playoffs: eliminado pelo Oklahoma City Thunder na primeira rodada por 4 a 0
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O que aconteceu: foi a melhor campanha dos Pelicans em muito tempo. As 49 vitórias representam a maior marca desde a temporada 2008/09, quando um time comandado por um então jovem chamado Chris Paul também ganhou 49 vezes em 82 jogos. Zion Williamson se manteve saudável, CJ McCollum e Brandon Ingram passaram dos 20 pontos por partida de média, enquanto Trey Muprhy e Herb Jones se consolidaram como ótimos coadjuvantes. Houve até um momento durante o campeonato em que os Pelicans se enfiaram no quarto lugar do Oeste e sonharam com uma vaga direto nos playoffs. No fim das contas, a classificação até veio, mas não sem antes passar pelo play-in. Sem Williamson, que se machucou no confronto com os Lakers no play-in, os Pelicans não foram capazes de evitar a varrida na primeira rodada dos playoffs.
O elenco dos Pelicans para a temporada 2024/25
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Escolhas de Draft: Yves Missi (pivô, 21ª escolha) e Antonio Reeves (ala-armador, 47ª escolha)
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Quem mais chegou: Dejounte Murray (armador, Atlanta Hawks), Daniel Theis (pivô, Los Angeles Clippers), Javonte Green (ala, Chicago Bulls), Trey Jemison (pivô, Memphis Grizzlies), Jamal Cain (ala, Miami Heat), Karlo Matković (ala-pivô, G-League), Adonis Arms (ala-armador, sem time) e Keion Brooks Jr (ala, sem time)
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Quem foi embora: Jonas Valanciunas (pivô, Washington Wizards), Dyson Daniels (armador, Atlanta Hawks), Larry Nance Jr (ala-pivô, Atlanta Hawks), Cody Zeller (pivô, Atlanta Hawks), EJ Liddell (ala-pivô, Chicago Bulls), Naji Marshall (ala, Dallas Mavericks), Dereon Seabron (ala-armador, Detroit Pistons), Izaiah Brockington (armador, sem time)
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Provável time titular: Dejounte Murray, CJ McCollum, Brandon Ingram, Zion Williamson e Daniel Theis
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Reservas: Jose Alvarado, Jalen Crutcher (armadores), Jordan Hawkins, Antonio Reeves, Adonis Arms (alas-armadores), Herb Jones, Trey Murphy III, Javonte Green, Jamal Cain, Matt Ryan, Keion Brooks Jr (alas), Jeremiah Robinson-Earl, Karlo Matkovic (alas-pivôs), Yves Missi e Trey Jamison (pivôs)
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Técnico: Willie Green
O clima para a temporada
A sensação de que a temporada passada foi animadora não impediu o time de se movimentar na offseason para tentar ficar mais forte. Os Pelicans foram atrás de Dejounte Murray. Para isso, enviaram ao Atlanta Hawks um pacote composto por Dyson Daniels, Larry Nance Jr, EJ Lidell e, principalmente, duas escolhas de primeira rodada.
Em tese, é um jogador que já foi all-star e que aumenta bem o nível geral de talento do time. Mas é preciso ficar de olho em algumas questões que surgem a partir disso. Será que a defesa de Murray vai voltar ao bom nível que já se viu em um passado não tão distante assim? Como ele e CJ McCollum vão se dividir na tarefa de iniciar os ataques? Como essa nova configuração vai influencuiar a vida de Brandon Ingram, que tanto gosta de ficar com a bola nas mãos para criar arremessos e não é de se movimentar tanto assim sem ela?
Não dá para não mencionar também Herb Jones, que foi titular no último ano, mas que deve ser tirado do quinteto inicial com a chegada de Murray. É uma situação complicada, considerando que ele foi indicado para o quinteto ideal de defesa da liga na temporada passada, ao passo em que registrou 42% de aproveitamento nas bolas de três pontos.
Diante de toda essa situação, não chega a surpreender que o nome de Ingram esteja tão envolvido em rumores de trocas. É algo que pode muito bem acontecer ao longo da temporada e que faria sentido aos Pelicans mesmo que o retorno não seja grande coisa.
Outro ponto que vale a pena ficar de olho é na posição de pivô. Com a saída de Jonas Valanciunas, Daniel Theis deve ser o escolhido para começar os jogos por ali. Williamson até chega a ser usado assim em alguns momentos, mas não é sempre. E também não parece ser a melhor forma de usá-lo. Portanto, será curioso observar o que essa mudança de Valanciunas por Theis pode mostrar em quadra.
Abre aspas
“Tenho tido algumas conversas com David Griffin (gerente-geral dos Pelicans). Mas, no fim das contas, são negócios. Faz parte do basquete. Enquanto eu estiver jogando, os negócios vão se resolver. Seja aqui ou em qualquer outro lugar.”
A declaração é do ala Brandon Ingram, sem fazer muita questão de esconder o quanto está ciente da possibilidade de se ver envolvido em alguma troca ao longo da temporada.
Uma esperança
Zion Williamson disputou 70 jogos na temporada passada. É um feito e tanto, que naturalmente desperta uma grande esperança dos Pelicans: a de ver o seu maior astro espantar o fantasma das lesões sérias e provar que pode entrar em quadra de maneira consistene ao longo de um ano.
É justo lembrar que, bem no momento mais importante da campanha, Williamson machucou a coxa esquerda no play-in e perdeu a série contra o Oklahoma City Thunder nos playoffs. Mas não seria algo que o faria perder uma quantidade enorme de jogos se tivesse acontecido em outro momento do campeonato. Vale o voto de confiança.
Um medo
Os Pelicans abriram mão de muita coisa para contarem com Dejounte Murray. Foi um movimento que pode melhorar o time, mas que também oferece alguns riscos. E se não der funcionar?
Existe a possibilidade de o ataque se mostrar um pouco mais estagnado e sem espaço para ele mostrar suas qualidades. Ou ainda que ele até consiga triunfar, mas não sem afetar CJ McCollum, que vinha sendo o armador principal depois de anos abrindo mão dessa condição em Portland por causa de Damian Lillard. Será que os dois conseguirão apresentar suas melhores versões ao mesmo tempo?
O cara
Ao longo das 70 vezes que entrou em quadra durante a temporada 2023/24, Zion Williamson foi o cestinha dos Pelicans com 22,9 pontos por partida. Da lista dos 20 principais pontuadores da liga no último ano, só ele, Nikola Jokic e Giannis Antetokounmpo tiveram aproveitamento nos arremessos acima de 56%.
É interessante notar que de todas as finalizações de Williamson na temporada, 95% aconteceram a uma distância de três metros ou menos da cesta. Número que ajuda a mostrar bastante as características dele no ataque. É um jogador que gosta de pegar a bola em regiões mais afastadas e usar a combinação de tamanho, potência e controle de bola para definir dentro do garrafão.
Vale também observar que ele teve médias ainda de 5,8 rebotes e 5,0 assistências por partida. E que nos 70 jogos em que esteve à disposição, os Pelicans tiveram 42 vitórias e 28 derrotas. Aproveitamento bem superior ao de 7-5 nas partidas em que ele não entrou em quadra.
Também vale a pena ficar de olho
Enquanto estiver nos Pelicans, Brandon Ingram será um jogador que merecerá atenção. Não só por questões de encaixe com Zion Williamson, CJ McCollum e, agora, Dejounte Murray. Mas também pelo risco de ser negociado. Ele próprio já declarou estar ciente de que uma mudança de ares pode acontecer, o que abre caminho para se pensar em como esse fator vai influenciar o comportamento dele dentro de quadra.
Mas é justo também mencionar outros dois jogadores: Herb Jones e Trey Murphy. Titular no ano passado, Jones ficou em quinto lugar na disputa pelo prêmio de melhor defensor da liga no ano passado e teve ótimos 42% de aproveitamento em chutes de três. Murphy não está no mesmo nível defensivo, mas evoluiu demais nesse sentido e também pode ser considerado um bom arremessador de longa distância.
Ambos devem começar no banco, mas não chega a ser exagero afirmar que são bons demais para isso. Ou, pelo menos, que têm bola e características adequadas o bastante para assumirem um papel mais importante na rotação. Também não chega a ser difícil de imaginá-los em quadra na reta final das partidas.
Coisa que só favorece a incerteza em torno de Ingram. Pode parecer uma ideia cada vez mais sedutora ao longo da temporada para os Pelicans negociá-lo para abrir um espaço no quinteto principal.
Grau de apelo para o telespectador – de 1 a 5
4 (alto) – A nota pode ficar mais baixa no caso de Zion se lesionar. Em condições normais, é um time bastante competitivo e capaz de superar qualquer outro, muito pela capacidade de seu principal jogador de pegar a bola e criar situações de ataque. Os resultados da experiência em torno da chegada de Dejounte Murray também são um atrativo a mais para se acompanhar essa equipe.
Palpite para a temporada 2024/25 dos Pelicans
No cenário mais otimista: Zion Williamson continua saudável, o time ajusta a rotação, conquista três ou quatro vitórias a mais do que no último ano e se classifica aos playoffs com mando de quadra na primeira rodada. Dependendo de quem cruzar o caminho, chega até às semifinais de conferência.
No cenário mais pessimista: Zion Williamson fica longe de repetir a marca de 70 atuações da última temporada, o time passa a ter mais dificuldades de conseguir vitórias no Oeste e tem de se contentar com uma disputa por play-in.