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Por que estrelas do futebol usam números inusitados na camisa?

Por que estrelas do futebol usam números inusitados na camisa?
Publicado em 02/11/2024 às 6:52

A camisa 10 é reservada para os craques: Pelé, Maradona, Messi, Neymar. A 9, independentemente do local, pertence ao artilheiro: Ronaldo, Suárez, Haaland. E há clubes, como o Real Madrid, que reservam números especiais como o 7, que passa de Raúl para Cristiano Ronaldo e hoje é de Vinicius Jr.

Mas nem sempre as estrelas do futebol preferem usar as camisas mais tradicionais. Em uma era em que o futebol se aproxima da NBA e da NFL, virou comum ver times ao redor do mundo apelando para números que pouca relação tem com a história do esporte. Mas sempre há uma explicação para isso.

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Abaixo, o ESPN.com.br separou oito casos diferentes do futebol atual para explicar por que algumas estrelas que brilham na Europa, como por exemplo o brasileiro Bruno Guimarães, preferem números pouco ortodoxos em vez dos comuns.

Kai Havertz – 29

O atacante alemão que já fez gol de título europeu do Chelsea e hoje brilha no Arsenal tem uma simples explicação para preferir o número 29.

“Quando eu era criança e jogava Fifa ou Pro Evolution Soccer com meu irmão, sempre fazíamos nós mesmos no jogo. Eu era o número 10, e ele sempre queria a camisa 29″, explicou Havertz, em entrevista ao The Athletic em 2021.

“Anos depois, antes da minha estreia no profissional no Leverkusen, me perguntaram qual número eu gostaria de usar. Perguntei quais estavam livres, e um deles era 29. Então peguei. Agora acho que todos me conhecem por ele”.

Bruno Guimarães – 39

A estrela do Newcastle e também da seleção brasileira também tem uma razão familiar para escolher qual camisa usar.

“Sei que as pessoas acham que 39 é um número estranho para um jogador, mas para mim é especial. Era o número do táxi do meu pai no Rio de Janeiro”, revelou o volante, anos atrás.

“O número 39 me deu tudo que eu tenho na vida. Me alimentou, me deu roupas e pagou todas as minhas viagens de ônibus para buscar meu sonho. Então, para mim o 39 é mágico”, completou Bruno, que usou o número no Athletico-PR e no Lyon antes de ir à Premier League.

Declan Rice – 41

O meio-campista do Arsenal e da seleção da Inglaterra tem um motivo curioso para usar a camisa 41 até os tempos atuais.

Quando subiu da base do West Ham para o time principal, ele recebeu a numeração de um dos roupeiros do clube. Foi com ele que embarcou para a primeira viagem internacional nos Hammers, para uma pré-temporada nos Estados Unidos.

Desde então, apesar de usar a camisa 4 na na seleção, Rice não abre mão do 41. “Cresci jogando com ele e sou um pouco supersticioso com coisas assim. Não sei se trocar de número impactaria nas minhas atuações”.

Jamal Musiala – 42

Assim como Rice, Musiala também carrega um sentimento nostálgico para continuar com a camisa 42, mesmo sendo um dos principais jogadores do elenco do Bayern de Munique na atualidade.

“Me deram esse número quando eu subi para o time principal. Vivi muitas experiências com ele e consegui alcançar muito sucesso, então gosto bastante”, disse o supersticioso jogador.

Muitos até acreditam que isso mudará em breve. Número 10 na seleção da Alemanha, Musiala pode trocar de camisa caso permaneça no Bayern ou até deixe o clube nas próximas janelas de transferência.

Phil Foden – 47

Uma homenagem familiar é o que faz o melhor jogador da última temporada da Premier League usar a camisa 47 mesmo com a chance de vestir a 10 do Manchester City.

Phil Foden usa tal número desde que subiu ao time de cima, em 2017, e há uma razão nisso. Seu avô Ronnie morreu aos 47 anos, então o meia faz questão de usar a camisa em sua homenagem. Ele também possui o algarismo tatuado abaixo da orelha direita.

A afeição pela camisa é tão grande que Foden abriu mão de assumir a 10 quando Sergio Agüero foi embora. “Eu pensei nisso, porque a 10 é um número tão importante para o clube, mas eu tenho algo pela 47. Quero criar meu legado com essa camisa”.

Trent Alexander-Arnold – 66

Aqui há uma razão simples e direta. Estrela do Liverpool há muitos anos, Trent Alexander-Arnold subiu para o time profissional em outubro de 2018 e de cara recebeu a camisa 66.

O responsável por isso foi Lee Radcliffe, funcionário dos Reds que, anos depois, explicou o motivo pelo qual deixou o lateral com uma camisa tão exótica para o futebol.

“Quando jovens da academia passam a jogar no time de cima, sempre damos números grandes a eles. Não queremos que eles pensem que já têm um futuro garantido, se é que me entende”, contou Radcliffe, ao site oficial do Liverpool.

“Vê-lo agora levantando troféus e comemorando com o número 66 é um sentimento estranho. Alguém como Trent estava feliz só de fazer parte do time. Certamente não percebeu o quanto isso se tornaria icônico ao passar dos anos”.

Alessandro Bastoni – 95

Outra explicação familiar ajuda a entender por que Alessandro Bastoni, defensor da Inter de Milão, não abre mão da camisa 95 no clube.

“Tudo começou quando fui chamado para o time principal da Atalanta. Prometi a meu irmão que colocaria o ano de nascimento dele na minha camisa”, falou o jogador.

“É uma maneira de ter um pouco dele e de toda minha família em campo comigo”.

Gianluigi Donnarumma – 16, 50 ou 99

Aqui há um caso curioso que fez com que o goleiro italiano Donnarumma usasse vários números diferentes em sua carreira.

O começo no Milan foi com a 99, em referência ao ano de seu nascimento. Ao se transferir para o PSG, porém, o italiano precisou se adequar às regras da federação local, que permite que os goleiros usem apenas as camisas 1, 16 e 30.

Há uma exceção para os números 40 e 50, se o elenco já estiver completo. Então, Donnarumma iniciou a passagem pelo futebol francês com a 50, passou para a 16 e hoje usa a número 1 do clube de Paris.