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Suárez detona Bielsa no Uruguai e revela choro de astro do Liverpool no vestiário
Agora aposentado da seleção nacional, Luis Suárez disparou fortes críticas à gestão do grupo feita por Marcelo Bielsa do ponto de vista humano no Uruguai, revelando que integrantes da Celeste não estão mais gostando de fazer parte da equipe.
O atacante do Inter Miami, que disputou sua última partida pela seleção diante do Paraguai, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, afirmou que tinha uma relação “apenas profissional” com Bielsa e que sua despedida foi influenciada pelo clima ruim que o técnico gerou internamente.
El Pistolero afirmou que as críticas contra Bielsa se devem ao lado humano e ao vínculo que ele mantém com jogadores e dirigentes que ainda atuam no Complexo Uruguai Celeste.
“Na hora de tomar as decisões como treinador, sobre quem joga, quem você convoca, faça o que quiser. Mas este é o Uruguai. Durante muitos anos, nós que moramos juntos desde 2007 trabalhamos muito para que o Complexo crescesse e tivesse o que tem hoje, e dói não poder aproveitar tudo isso”, disse Suárez em entrevista à DirecTV Sports.
“Você vê que os jogadores vão e não gostam. Você vê que nos seus clubes eles se divertem e sorriem, mas com a nossa seleção não conseguem. Não estão gostando. Me dói o que está vivendo a seleção, mas há colegas que não vão dizer isso. É compreensível”.
Suárez revelou que nos dias de convivência durante a Copa América houve muitas situações que geraram atritos. Uma delas teria sido um pedido da equipe a Bielsa para “pelo menos dar bom dia a eles”.
“Naquela altura, como capitão, disse aos jogadores que ia falar com o treinador, disse ao Giordano [diretor de seleções] que queria falar com o Bielsa para lhe dizer que estávamos todos no mesmo barco. Me sentei na frente dele, falei uns cinco minutos, disse que o apoiávamos, que respeitávamos as suas decisões. Ele olhou para mim e disse ‘muito obrigado, Luís’. Levantei e fui embora”.
“Ele não me respondeu nada depois de cinco minutos que falei. Não tive nenhuma resposta. A partir daí aceitei que tinha que ficar sempre calado e respeitar o que ele dizia até continuar o meu caminho e tomar uma decisão sobre o que ia fazer na seleção”.
Outra situação que Suárez detalhou foi a vivida por Darwin Núñez no intervalo de uma partida contra a Argentina, em La Bombonera, após o atacante do Liverpool ser criticado por Bielsa no vestiário.
“Vi Darwin chorando e disse a ele: ‘Você está aqui pelo seu mérito, pelo que trabalha. Você é um artilheiro e é o melhor. Você tem que continuar assim. Esqueça o que os outros dizem’. É por isso que quando ele marcou o gol eu fui o primeiro que ele cumprimentou. Para mim, Darwin precisa de carinho, apoio e contenção, e não de outras coisas”
“Encontrei o treinador no corredor e ele disse: ‘Não vamos ajudá-lo com essas coisas’. Fiquei surpreso e respondi que precisava apoiá-lo. Após a vitória, Bielsa me cumprimentou e disse: ‘Sabe o que está acontecendo? Se eu não falar assim com ele… Você viu o que aconteceu no segundo tempo’. E eu respondi que minha parte era contê-lo”.
Suárez revelou ainda que isso não prejudicou a união entre os jogadores. Pelo contrário: fez o grupo ficar mais unido.
Outro acontecimento que gerou união entre os jogadores ocorreu quando, segundo Suárez, um dos auxiliares de Bielsa pediu que não cumprimentassem o público uruguaio presente na entrada do hotel de uma das cidades dos Estados Unidos durante a Copa América.
“Levantei no ônibus e falei: ‘Como capitão, em agradecimento ao povo, paramos todos’. No dia seguinte o treinador falou sobre como é o uruguaio, que compete e joga para o povo. Nós nos olhamos e disséssemos: ‘É o povo que vocês pediram para não cumprimentarmos?’. É fácil falar o que as pessoas querem ouvir. Me dói muito que não são histórias verdadeiras”.