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Títulos, polêmicas e idolatria: a primeira passagem de Neymar pelo Santos
Gols, dribles, dancinhas, títulos, sucesso, polêmicas e idolatria. Neymar deixou o Santos rumo ao futebol internacional, em maio de 2013, com uma promessa por escrito nas paredes do vestiário: “Eu vou, mas… eu volto”. O ídolo cumpriu o que escreveu. Depois de quase 12 anos, está a detalhes de voltar ao Peixe para uma segunda passagem na Vila Belmiro.
Na primeira, que durou cinco anos no time profissional, o atacante deixou o nome marcado para sempre na história. Desde a estreia ainda menino e franzino, em março de 2009, até a despedida, já como o então principal nome da seleção brasileira, foram 225 jogos com a camisa do Alvinegro praiano, com 136 gols e seis títulos.
O ESPN.com.br relembra como foi a trajetória de Neymar pelo Santos no início da carreira – recheada de momentos especiais, que os torcedores sonham em poder ver de perto novamente, e até algumas polêmicas, que ficaram no passado.
Neymar, menino da Vila, fez a primeira partida como profissional em 7 de março de 2009, quando tinha 17 anos. Ele entrou em campo aos 14 minutos do segundo tempo em um jogo contra o Oeste, no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista. Vestindo a camisa 18, foi colocado pelo técnico Vagner Mancini no lugar de Molina.
O primeiro gol aconteceu pouco mais de uma semana depois, no dia 15, contra o Mogi Mirim. Foi de cabeça, com a camisa 7, também pelo Paulistão. O jovem foi eleito revelação da competição e ajudou a levar o Peixe à decisão, ficando com o vice-campeonato, perdendo a final para o Corinthians.
A trajetória de Neymar em estaduais é de muito sucesso. O atacante, nos anos seguintes, conduziu o Santos a um tricampeonato consecutivo, em 2010, 2011 e 2012, além de mais uma final, em 2013, com mais um vice para o Corinthians. Nos cinco anos em que esteve no Brasil, portanto, foram cinco finais de Paulistão e três taças.
A febre do moicano
Quem viveu o início da década passada sabe: o moicano virou febre no Brasil. Era comum ver garotos repetindo o corte de cabelo de Neymar, que, aliás, variou bastante: teve moicano loiro, com tranças, com franja… Ao mesmo tempo em que o cabelo mudava, o futebol evoluía, assim como as famosas dancinhas características para comemorar os gols.
Em 2010, com brilho do atacante, o Santos conquistou a Copa do Brasil, o primeiro título nacional de sua carreira – e ele foi o artilheiro. No ano, foram 60 jogos e 42 gols (contra 48 jogos e 14 gols na temporada de estreia). Também houve uma grande polêmica: o ídolo se desentendeu e brigou com o então técnico, Dorival Júnior, após o treinador impedi-lo de cobrar um pênalti contra o Atlético-GO. O episódio ocasionou a demissão do treinador e críticas ao jogador. Renê Simões, que comandava o time adversário, chegou a dizer que o Brasil estava “criando um monstro”.
Neymar foi se tornando o principal nome do futebol brasileiro. Em 2011, veio o ponto alto da passagem na Vila Belmiro: a conquista da CONMEBOL Libertadores. O título continental elevou o patamar do jogador, que entrou de vez para a galeria de grandes ídolos santistas, mesmo ainda com 19 anos.
Foi uma temporada mágica. O então jovem foi eleito Rei das Américas, craque do Brasileirão, do Paulistão e da Libertadores e, de quebra, levou o Prêmio Puskás, da Fifa, de gol mais bonito do ano – marcado contra o Flamengo, na Vila Belmiro, em uma das grandes partidas da história do futebol brasileiro, que terminou em 5 a 4 para os cariocas. Foram 24 gols de Neymar em 47 jogos no ano, que terminou com o vice-campeonato mundial contra o Barcelona.
O futebol europeu, aliás, já cobiçava o atleta, que era especulado para sair. Houve, porém, o “fico”, com um novo contrato assinado e valorização.
Última temporada completa no Brasil
Em 2012, Neymar colecionava fãs em todas as partes do Brasil. Em um jogo contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão, fez três gols em uma goleada por 4 a 0, em pleno estádio Independência, foi aplaudido e teve o nome gritado pela torcida cruzeirense, que reconhecia o talento do craque.
Ao mesmo tempo, havia mais polêmicas sobre seu comportamento em campo, com simulações. O técnico Tite, então no Corinthians, chegou a dizer que o atacante era um mau exemplo para os filhos. Curiosamente, os dois formaram parceria na seleção anos depois.
Entre elogios e críticas, eram muitos gols e grandes atuações. Na última temporada completa em solo brasileiro, conquistou, além do estadual, a Recopa Sul-Americana. Também foi artilheiro do Paulistão e da Libertadores. Ao todo, balançou as redes 43 vezes em 47 partidas – o ano mais goleador pelo Peixe.
Em 2013, foram 13 gols em 23 jogos. Ele foi o craque do Paulistão e deixou o clube em maio, rumo ao Barcelona, depois de também ser especulado no Real Madrid.
Após passar pelo Barça, PSG e Al Hilal, em 12 anos longe da Vila Belmiro, agora o craque está de volta.
Títulos de Neymar pelo Santos:
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Paulistão: 2011, 2012 e 2013
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Copa do Brasil: 2010
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Libertadores: 2011
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Recopa Sul-Americana: 2012
Jogos: 225 Gols: 136 Títulos: seis Principais “vítimas”: Guarani (10 gols), São Paulo (9 gols), Palmeiras (7 gols), Athletico-PR (6 gols), Atlético-MG (6 gols)Números de Neymar pelo Santos: